Sangramento Uterino Anormal: Confira os métodos de tratamento
O Sangramento Uterino Anormal (SUA) é uma perda de sangue com características diferentes da menstruação, interferindo na qualidade de vida física, social, emocional e/ou material da mulher. Apesar de frequente, muitas mulheres que sofrem com o SUA não consideram suas menstruações anormais, 59% das mulheres diagnosticadas com esta condição clínica consideravam suas menstruações normais e 41% delas acreditavam que não existia um tratamento disponível. Com relação a isso, existem inúmeras formas de trata-lo, que podem ser desde medicamentos até cirurgias, dependendo da intensidade do sangramento, da característica (aguda ou crônica) e da condição individual de cada mulher.
Basicamente, as causas do SUA de acordo com a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) são subdivididas em 9 categorias, conhecidas como PALM- COEIN. Esta denominação consiste em:
Causas estruturais: Tratam-se de lesões causadas na estrutura uterina, que podem causar estes sangramentos disfuncionais. São elas:
Pólipos: É um tumor, geralmente benigno, que fica fixado na parede interna do útero. São comuns em mulheres que estão na menopausa ou após este período.
Adenomiose: Ocorre mais frequentemente no final do período fértil e, normalmente, desaparece após a menopausa. É uma doença inflamatória causada pelas células do endométrio, fazendo com que ele cresça na parede muscular do útero, também conhecido como miométrio.
Leiomioma: Também conhecido como fibroma, se trata do desenvolvimento de tumores sólidos e benignos no tecido muscular do útero. Seu tamanho pode variar bastante, podendo provocar até o aumento do abdômen.
Malignas: Tratam-se de lesões cancerígenas, geralmente diagnosticadas pós-menopausa. É necessário fazer o exame Papanicolau regularmente para certificar se há alguma alteração uterina.
Causas não-estruturais: São outros tipos de alterações que podem não estar diretamente ligadas ao útero, mas que podem ocasionar sangramentos anormais:
Coaguloplastias: Em geral, são distúrbios causados no sangue. Para diagnostico clinico, é indicado que sejam feitos exames regularmente.
Ovulatória: Em algumas mulheres, é comum que os ovários deixem de liberar os óvulos ou não o façam regularmente.
Endometrial: São disfunções causadas no endométrio que ocasionam uma perda de sangue anormal.
Iatrogênica: Sangramentos secundários que ocorrem devido ao uso de medicamentos, sejam eles hormonais ou não.
Não-classificada: Quaisquer outras alterações no organismo que afetam o ciclo menstrual e que não esteja relacionada a nenhuma causa citada anteriormente.
No que se diz respeito às causas não-estruturais, geralmente são indicados para o tratamento com opções terapêuticas, ajudando a interromper a hemorragia como os anticoncepcionais orais, uso de DIU ou SIU, medicações que ajudam na coagulação do sangue, além do ferro e ácido fólico associados. Caso não houver resposta ao tratamento clínico, há também opções cirúrgicas, tais como ablação endometrial – consiste na remoção do endométrio – ou mesmo a histerectomia – neste procedimento, o útero é removido da paciente.
Na presença de lesões mais graves, como pólipos e miomas submucosos, o tratamento cirúrgico será indicado pelo seu médico.
Vale ressaltar que, todos os tratamentos para o SUA devem ser usados de forma racional e indicada pelo seu médico, principalmente os procedimentos cirúrgicos, como uma forma de evitar cirurgias irrelevantes.